Depressão: por que estamos cada vez mais depressivos?

Depressão é um termo usado para indicar a presença de um humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações físicas, fisiológicas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade funcional do indivíduo.

O episódio depressivo não coincide com o diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior (ou depressão maior), pois muitas pessoas podem apresentar oscilações de humor, mais ou menos acentuadas, até o verdadeiro transtorno bipolar, do qual a depressão só pode ser um sintoma, mesmo se costuma ser o mais indesejável para o sujeito, quem pede ajuda nessas fases.

A depressão é um distúrbio generalizado entre a população em geral e, portanto, muito conhecido. De fato, parece que 10% a 15% da população sofre com isso, com maior frequência entre as mulheres. A depressão maior  está associada a alta mortalidade. Até 15% dos indivíduos com depressão grave morrem por suicídio.

No entanto, a maioria dos indivíduos deprimidos não chega a ter pensamentos suicidas ou sintomas particularmente graves, mas queixa-se de sintomas que muitas vezes nem são facilmente associados à própria depressão (fadiga crônica, desconforto físico, apatia, astenia, diminuição do desejo, irritabilidade, etc.).

A depressão  é duas vezes mais comum em adolescentes e mulheres adultas do que em adolescentes e homens adultos. Nas crianças, meninos e meninas são igualmente afetados.

O transtorno depressivo pode começar em qualquer idade, com uma idade média de início em torno de 25 anos. Alguns têm episódios depressivos maiores isolados seguidos por muitos anos sem sintomas, enquanto outros têm conjuntos de episódios, e outros ainda têm episódios cada vez mais frequentes com o aumento da idade.

No Brasil, os casos de depressão tiveram um aumento de 90% somente em 2020.

A pandemia pode ser um dos motivos pelo aumento da depressão e ansiedade no mundo

aumento de depressão na pandemia
Aumento de depressão na pandemia

A saúde mental está pagando um preço muito alto pela pandemia. Os sintomas depressivos na população quintuplicaram, os graves aumentaram ainda mais de sete vezes em poucos meses: isso é demonstrado pelos estudos científicos mais recentes que confirmam um aumento de transtornos tanto em pessoas que já sofrem de uma doença mental, como naquelas que estão infectados com o coronavírus, tanto na população em geral.

Estima-se também que a psicose possa afetar até 4% tanto das pessoas com transtornos mentais quanto das que tiveram contato com o vírus. Finalmente, emerge que o COVID-19 pode causar consequências neuropsiquiátricas de longo prazo identificadas até o momento em um em cada três casos e causadas pelo estado hiper-inflamatório induzido pelo vírus.

Os distúrbios psicóticos estão aumentando em pacientes que já sofrem de uma patologia mental e os pedidos de ajuda de centros de saúde mental estão aumentando, e a possibilidade de sequelas neuropsiquiátricas do COVID-19 está surgindo – com evidências crescentes – em pacientes infectados.

Estudos científicos, tanto brasileiros como internacionais, também indicam um aumento líquido dos sintomas depressivos na população em geral: os sintomas de depressão aumentaram cinco vezes em nosso país, os moderados quase quadruplicaram e os mais graves cresceram sete vezes e meia.

O desemprego e a baixa qualidade de vida também causam um aumento significativo da depressão na população, principalmente a carente. 

Cura da depressão

Psicoterapia para Depressão

A terapia cognitivo -comportamental tem se mostrado muito eficaz no tratamento da depressão.

Por um lado, tenta mudar os pensamentos negativos que podem apoiar a depressão. Por exemplo, as pessoas que sofrem com isso tendem a ter uma hipercrítica em relação a si mesmas, tendem a se acusar além de todas as evidências, tendem a notar mais eventos negativos em situações cotidianas. A terapia cognitivo -comportamental ajuda a pessoa a desenvolver uma maneira de pensar mais equilibrada e racional.

Por outro lado, para o tratamento da depressão, as pessoas são ajudadas a construir melhores habilidades para lidar com as dificuldades cotidianas, que provavelmente levaram a pessoa a ficar deprimida. Assim, por exemplo, a pessoa pode aprender formas de comunicação mais eficazes ou estratégias para resolver os problemas em que está envolvida.

O tratamento da depressão, portanto, convida a pessoa a retomar gradativamente as atividades que foram abandonadas, talvez começando pelas mais prazerosas, a desenvolver comportamentos mais funcionais para resolver seus problemas, a pensar de forma mais equilibrada e racional.

A terapia cognitivo-comportamental difere muito de outros tipos de psicoterapias: é centrada no presente, nos sintomas da depressão e tende a produzir soluções efetivas para os problemas apresentados.

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